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A festa de lançamento aconteceu nesta quinta-feira, 20 de novembro, na livraria Nobel Salgado Filho
O Pequeno Homem das Montanhas deriva da dissertação de mestrado Dersu Uzala – Hibridação Homem-Natureza, defendida pelo autor no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em setembro de 2011. Depurada o mais possível dos vícios acadêmicos do texto que lhe deu origem, a obra se baseia no livro Dersu Uzala, do explorador russo Vladimir Arseniev, publicado em 1923, e no filme homônimo que Akira Kurosawa dirigiu em 1975. A partir da narrativa literária de Arseniev e da cinematográfica de Kurosawa, Antonino Condorelli se interroga sobre questões epistemológicas cruciais como as relações entre sujeitos humanos e ambientes não urbanos, os conceitos de híbrido, de humano e não humano, de vivo e não vivo, de relação direta e mediada com o real. Extremamente bem fundamentado, o ensaio aborda ecologia, semiótica e arte.
Para o autor, a vida e a obra de Arseniev encarnam a riqueza, a polifonia e a intrínseca mestiçagem de uma ciência não fechada, de uma ecologia dos conhecimentos que faz dialogar e hibrida certezas e incertezas, rigor e sensibilidade. A vida de Dersu, por sua vez, encarna um modo de ser, de conhecer e de viver que faz da instabilidade, da incerteza, da mudança incessante o húmus para o florescimento de uma ética do cuidado e da solidariedade. Estilos de vida, ambos, cada vez mais ameaçados. Porém, seu eco conseguiu chegar até nós e, como sustenta Condorelli, ainda podem instigar mudanças em nossos modos de ser, de conhecer e de viver.
Arseniev e Dersu
O explorador, cartógrafo e escritor Vladimir Arseniev percorreu a taiga da região siberiana do Uçuri ao longo de mais de vinte anos de expedições. Numa delas, em 1902, conheceu o caçador nômade Dersu Uzala. Nasceu entre os dois uma profunda amizade, que o escritor reconstruiu no livro Dersu Uzala, no qual se baseia o filme de Akira Kurosawa.
Vladimir Klavdievich Arseniev nasceu em São Petersburgo, na Rússia czarista europeia, em 1872. Seu pai, de origem humilde, instilou nele e em seus irmãos uma paixão pelas viagens de exploração. Em 1902, durante uma expedição que chefiou na bacia do Rio Uçuri, conheceu casualmente nas montanhas o caçador de etniagold Dersu Uzala, que adotou como guia do destacamento e com quem estreitou uma profunda amizade. Vladimir reencontrou Dersu em uma expedição de 1907 e outra no ano seguinte.
A personalidade, a sensibilidade, a maneira de se relacionar com todos os seres vivos e não vivos, a visão de mundo do caçador gold marcaram para sempre o explorador, que reconstruiu suas viagens junto a Dersu Uzala em seu livro publicado em 1923. A obra teve um enorme sucesso em seu país natal e, ao longo de pouco menos de um século, foi traduzido em diversos idiomas. Em 1961 foi realizada a sua primeira versão cinematográfica, hoje esquecida, pelo diretor soviético Agasi Babayan. Em 1975, o diretor japonês Akira Kurosawa realizou um longa diretamente inspirado no livro. Em pouco tempo, o filme se tornou um clássico do cinema e emocionou milhões de pessoas em diversos países.
O autor
Italiano de nascimento e brasileiro de adoção e coração, Antonino Condorelli nasceu em Castellammare di Stabia, na província de Nápoles, em 1976, e viveu a maior parte de sua vida em Florença, na região da Toscana. Morou dois anos na Espanha. Vive no Brasil, em Natal (RN), desde 2002. É formado em Ciências da Comunicação pela Universidade de Siena, na Itália, e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente, cursa doutorado em Ciências Sociais e é docente do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem estudos nas áreas de comunicação digital e cibercultura, biopolítica e produção de subjetividades, diálogo entre saberes científicos e não científicos, epistemologia da complexidade, educação e resiliência. Atuou como repórter, redator e editor em revistas e portais italianos e espanhóis, e na área de comunicação digital de organizações não governamentais e movimentos sociais no Brasil. Entre 2009 e 2012 atuou como produtor cultural independente, idealizando e coordenando os projetos Diálogos Criativos e Café com Cinema.

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