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MARIAS – Exposição Fotográfica de Anchieta Xavier

Acontece de  24 a 28 deste mês de maior no  Instituto De Enseñanza General Colegio Champagnat – Buenos Aires – Argentina

Anchieta Xavier é Repórter Fotográfico, professor de Língua Portuguesa e Literaturas Portuguesa e Brasileira, licenciado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, fotografa desde os 11 anos de idade.

Mora em Natal – RN, produz imagens para agências de publicidade, editoras publicações corporativas. Nos últimos anos tem despertado um especial interesse na documentação de movimentos de fé no Nordeste, como por exemplo: a Beatificação dos Mártires de Uruaçu e Cunhaú; as romarias a Juazeiro do Norte (CE), São Severino dos Ramos (PE) e Monte do Galo (Carnaúba dos Dantas, RN). Já realizou algumas mostras de trabalhos fotográficos no Brasil e no exterior, participou de coletivas, contribui com alguns sites na Internet, participante do World Press Photo (The best visualreportage fron all over the world), em 2000, 2001 e 2002, entre outros.

MARIAS por Anchieta Xavier

A tradição cultural do povo nordestino tem alguns componentes dignos dos mais diversos estudos já realizados e ainda por realizar. Sua singularidade encanta quem observa e rende material pra abastecer qualquer academia. Não por acaso, a religiosidade dessa gente também motiva uma série de reflexões. Bem antes que o termo “ecumenismo” virasse moda, o sincretismo religioso já dava panos pras mangas de muita pesquisa.

É na simplicidade e humildade que está mais presente a imensa riqueza desse povo. Ser rico da graça de Deus faz-se coro constante nos lares, especialmente, do campo. Embora nas cidades e em todos os meios sociais haja, em menor ou maior escala, os mais diversos representantes do “povo de Deus”.

Crer em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, dependendo de quem reza o credo, pode ser apenas recitar mais um verso. O mesmo não se pode dizer dos verdadeiros fiéis, católicos porque assim foram concebidos, que têm na experiência de sua caminhada, muitas vezes, um deserto de quase tudo. No universo cultural, religioso e “místico” da vida do nordestino brasileiro, tudo que existe está abaixo de Deus. Como por estas bandas, por uma ética cultural, o respeito pela mãe está acima de tudo, não se concebe que a mão de Jesus – Deus que se fez homem – ocupe um segundo plano, ou não tenha importância. Assim, Nossa Senhora é nossa primeira mãe. É a mulher que faz o homem mais comum pertencer à família de Deus e, de verdade, mais próximos de sua imagem e semelhança.

“E o nome da Virgem era MARIA” (Lc 1,27).

“Maria, Maria é um dom, uma

certa magia, uma força que nos alerta.”

(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Divinas ou profanas, se é que para quem nasce “Maria” é necessária alguma denominação, as “filhas de Deus” estão em todas as partes e nesta mostra são representadas apenas por algumas imagens (pouquíssimas) capturadas pelas minhas lentes em andanças por lugares comuns pelos caminhos que trilho quase todos os dias.

O que há de peculiar e em comum nessas “Deusas” em primeiro lugar é ser mulher e em seguida: são potiguares, meninas, moças e senhoras. Como na canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, misturam a dor e a alegria. Elas são Maria do Amor Divino, Maria do Amparo, Maria dos Anjos, Maria do Céu, das Dores, da Glória, da Guia, dos Prazeres, dos Remédios, do Rosário, do Socorro, da Vitória… Ou simplesmente Maria (como a minha mãe). Elas se chamam e são Marias. E, como não poderia deixar de ser, quando se trata de Nordeste, quase todas são devotas de Nossa Senhora.

A existência de tantas “Marias” e tanta devoção, seja pelo papel da “Boa Mãe” na Igreja, seja pelas graças alcançadas e tanta devoção já é em si um milagre que chega a superar as aparições. Nesse mundo fascinante, os nomes poderiam ser coincidência, mas na realidade são marcas que fortalecem os valores humanos e, culturalmente as tornam cheias de graça. Por isso suas ações estão sempre carregadas de emoção, que pode expressar alegria, vitória, sucesso, desilusão ou desagrado. Algumas vezes, pode parecer raiva, ou talvez indignação, mas geralmente é benevolência ou entrega.

Consciente de que elas trazem em si toda força, calor e sentimento que são necessários para o equilíbrio das sociedades, gostaria que estas imagens, antes de qualquer adjetivação, possam ser vistas como uma expressão do meu respeito e admiração por todas as MARIAS. Por sentir que essa “é uma gente que ri, quando deve chorar e (muitas vezes) não vive, apenas agüenta” e, ainda assim, é bendita a luz dos olhares.

PARA FALAR COM ANCHIETA: (84) 8705 0505 – e-mail: anchietaxavier@gmail.com ou axphotographer@gmail.com

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