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Giovanni Sérgio, o mestre da fotografia
Quem procura Giovanni Sérgio, procura um artista. Ninguém vai ao seu estúdio, na velha e boa Ribeira, para sair de lá do mesmo jeito que entrou. Todos querem sair mais bonitos, maiores do que às vezes são. Giovanni não fotografa fisionomias. Projeta símbolos. Alavanca a auto-estima e colabora na captação da boa vontade que se consagra no voto.
Neste período de campanha, praticamente todos os políticos de grande repercussão lotam o estúdio de Giovanni Sérgio, na Rua Chile, para produzir suas fotos da eleição. Todos eles à procura de entrar para a história política do Estado com uma boa imagem. Virar um símbolo.
Nas portas enormes que começam praticamente no piso antigo da rua, ali em frente à Capitania dos Portos, os candidatos vão se revezando. Entra a jovem candidata – cada dia elas estão mais belas –, o moço idealista, crente que vai mudar o mundo, e as personagens das antigas, às vezes oligarcas, de vitórias repetidas, que enxergam nas imagens do artista parte da infra-estrutura necessária a torná-las mais leves diante das urnas.
Texto: Washington Rodrigues
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