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14 de setembro às 08:27

As caricaturas de Túlio Ratto

Caricaturados se sentem homenageados por Túlio Ratto

Exposição segue aberta na Fundação Cultural Capitania das Artes até 23 de setembro.

Por Isabela Santos / Nominuto.com

Ele diz que anda na contramão da arte, mas o público gosta. O diferencial das caricaturas feitas pelo mossoroense Túlio Ratto são os traços comedidos, sem grandes deformações dos personagens. Com essa característica, e ao som de Simona Talma, o artista abriu a mostra “Caricatto”, na noite desta quinta-feira (9), na Galeria Newton Navarro, da Fundação Capitania das Artes.

As 145 imagens reúnem personalidades diversas do Rio Grande Norte, em sua maioria políticos, jornalistas e escritores. A exposição permanecerá aberta até 23 de setembro, de segunda a sexta-feira, entre as 8h e as 17h.

O secretário estadual de Justiça e Cidadania, Leonardo Arruda, foi um dos homenageados e elogiou o trabalho, totalmente digitalizado. “O traço de Ratto é inconfundível e a exposição representa o grande artista que ele é”, disse o gestor.

Sua marca, o próprio artista explica. “Para se fazer algo que chame atenção não precisa ‘avacalhar’. Apesar de a caricatura ter a característica de exagerar, eu amenizo isso”.

O resultado disso pode ser percebido nas críticas feitas pelos cantos da galeria. “Os próprios caricaturados estão gostando”, comemora, sempre ouvindo com atenção também comentários menos positivos. Se alguém lhe diz que gostou menos de alguma das obras e que esta ou aquela parece menos com o personagem, Túlio diz usar como reforço para se empenhar mais nos próximos rostos a serem pintados.

“É um processo longo. Levei três meses para fazer. É natural que em alguns dias a gente esteja menos inspirado”, comenta.

Na opinião de Camila Cascudo, o que predomina na obra do artista é o “bom gosto”. “Estão todos muito bem homenageados. As caricaturas são de bom gosto e o trabalho é diferenciado até pela textura”, diz, enquanto admira o desenho de sua mãe, Ana Maria Cascudo.

Sobre a técnica, o cantor Fernando Luiz prefere não dar detalhas, mas não poupa elogios ao chargista.

“Eu não entendo bem, mas a caricatura dele é clássica. Não se trata daquela tradicional que costumamos ver. Por exemplo, eu sou brega, mas ele me fez chique, de paletó. A gente tem que valorizar mais esse tipo de artista”, disse, ao comparar a autenticidade dos desenhos ao da revista Papangu, que tem Túlio Ratto como editor geral e começa a ser criativa pelo nome.

Ao contrário do que há na mostra “Caricattos”, nem todo o conteúdo apresentado na publicação foi elogiado, ao longo dos seis anos de existência. Com um humor ácido, a revista, que é distribuída em várias cidades, conseguiu até mesmo processos de políticos.

“As pessoas têm que entender que se é pra ser uma ‘celebridade pública’ está sujeita a brincadeiras”, avisa.

Após cinco meses parada, a revista Papangu volta em setembro. Em outra ocasião, Túlio chegou a reconhecer que a dificuldade financeira por que passa a revista tem a ver também com a linha editorial que segue, de críticas.

A revista nasceu logo após a primeira exposição do chargista e começou como uma brincadeira, sem muita pretensão. Foi dando certo. No terceiro número, quando grandes nomes da política local já estavam sendo usados, o editor viu que a revista havia se consolidado.

Além de Túlio, participam da Papangu Affonso Romano de Sant’Anna, Raildon Lucena, David Leite, Cefas Carvalho, Damião Nobre, Yasmine Lemos, Antonio Capistrano e Alex Gurgel.

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