Notícias

Pelo bem de Natal, esqueça-se a política(gem) e olhe-se para a Copa 2014

“Quem pensa pequeno, vê apenas os jogos de julho que Natal poderá receber, ou menos ainda, as eleições realizadas no próximo mês de outubro. Quem pensa grande, e essa é a hora de nossa classe política pensar grande, vislumbra o pós-2014, ou seja, o legado que as obras de mobilidade deixarão para o Rio Grande do Norte.”

Quem circula pelas ruas de Natal sabe que o trânsito da cidade é um problema chato, estressante e democrático. Ele atinge quem anda de carro, de ônibus, a pé, de bicicleta, enfim, sem distinção de idade, sexo ou classe social . Ninguém anda bem e todos perdem com o pára-pára e os acidentes.

Perde o trabalhador informal, que fica limitado por não deslocar seus produtos para pontos mais distantes de cidade; perde o trabalhador médio, que chega atrasado ao trabalho; e perde o empreendedor, que tem dificuldades de fechar seus negócios e escoar sua produção: as riquezas da cidade.

Como secretário de Mobilidade Urbana de Natal, tive a oportunidade de conviver com esse problema todos os dias e, confesso aqui nessas linhas, que uma das conquistas pessoais alcançada nesse período foi o fato de ter produzido uma opinião sobre esse assunto me colocando na maioria das vezes no papel de vitrine para a qual muitos atiravam pedras de críticas e reclamações no momento da implantação dos novos projetos de mobilidade.

Com essa experiência vivida na gestão pública do trânsito de minha cidade, posso afirmar com convicção que Natal NÃO PODE PRESCIDIR das verbas que virão via fonte recursos da Copa do Mundo para a Mobilidade Urbana. Os investimento em Mobilidade serão os maiores, da ordem de 500 milhões de reais e será o maior legado deixado na cidade após os jogos de 2014.

As medidas necessárias para que estes projetos e essas obras se concretizem, com enormes benefícios, não podem ser contaminadas com o momento eleitoral. Politizar estes projetos é IRRESPONSÁVEL e MESQUINHO com a população do Rio Grande do Norte.

Natal já entrou neste jogo atrasada, devido a ter sido a última cidade escolhida. Nós não podemos brincar com este tema, sob pena de perdemos a maior oportunidade de captação de recursos federais para a capital nos últimos 50 anos. Não interessa à população, a briga eleitoral que se avizinha.

O que deve interessar ao natalense, de verdade, é a herança que a cidade vai receber advinda da preparação urbana necessária pare receber essas partidas.

Para o bem de Natal, é importante que a Copa venha para a cidade porque ela é a chave para abrir um enorme leque de investimentos e oportunidades para o Estado do Rio Grande do Norte.

Kelps Lima
Advogado com especialização em gestão pública
Ex-secretário de Mobilidade Urbana de Natal