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Por Elias Medeiros / www.eliasjornalista.com

O capricho da natureza reservou ao Repórter Fotográfico Canindé Soares, o registro de mais uma desova de Tartarugas Marinhas, o fato ocorreu na madrugada desta sexta-feira (15), numa praia do litoral Sul do RN.

Para garantir a proteção e o manejo das tartarugas marinhas contra ações dos predares não foi citado o local exato da desova, pedido feito pelos coordenadores do Projeto TAMAR/RN.

Segue o relato de Canindé Soares: “Acompanhei na madrugada desta sexta-feira (15), uma equipe do de monitoramento noturno do projeto TAMAR-RN (Leo e Armando), numa praia do litoral sul. Pela segunda vez acompanhei a equipe, na primeira não obtemos sucesso, quando chegamos a tartaruga marinha tinha acabado de desovar e retornado  à praia.  Nesta segunda tentativa, obtivemos sucesso, logo na chegada tivemos a sorte de encontrar uma delas se preparando para desova. Desligamos o carro e esperamos pela ora do ato. Em seguida a tartaruga fez a escavação e a postura dos ovos.  Nesse momento, a equipe do TAMAR fez o monitoramento, colocando a identificação, medição do tamanho e coleta de material genético. Aquele momento me fez parar e olhar aquela cena, além refletir o quanto é importante preservar e reconhecer a natureza, tão importante para sobrevivência do ser humano em nosso planeta”.

A Tartaruga-de-pente, uma espécie em extinção e comum em nosso litoral.

A tartaruga-de-pente é a mais comum encontrada no nosso litoral, principalmente na Barreira do Inferno e outras praia do litoral sul que são monitoradas pelo TAMAR. Essa espécie vive em média entre 80 e 100 anos e está criticamente em perigo de extinção. Em cada postura é depositado no ninho uma média de 140 ovos e os filhotes chegam a nascer após 50 dias. A cada mil filhote nascido, somente um chega à idade reprodutiva, em torno de 25 anos.

Saiba mais sobre o Projeto Tamar:

No litoral sul do Estado do Rio Grande do Norte, o Projeto Tamar monitora 33 km de praias, nos municípios de Natal/Parnamirim (Barreira do Inferno), Tibau do Sul (Pipa e Sibaúma), Canguaretama (Barra do Cunhaú) e Baía Formosa. São trechos não contínuos e apresentam estreita faixa de praia, com a presença de dunas intercaladas por falésias.

Em cada temporada reprodutiva, que nessa região ocorre entre outubro a maio, o Tamar registra cerca de 550 ninhos de tartarugas marinhas, gerando mais de 40 mil filhotes. Embora 97,8% dos ninhos sejam da espécie de pente (Eretmochelys imbricata), há também a ocorrência de desovas das outras espécies – oliva (Lepidocelys olivacea), cabeçuda (Caretta caretta), verde (Chelonia mydas)  e de couro (Dermochelys coriacea). A coleta de dados sobre as fêmeas em atividade reprodutiva se concentra na praia de Pipa, onde já foram marcadas mais de 120 fêmeas em apenas 4 km.