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Escritos da Alma – Por Flávio Rezende
– pensamentos vem, pensamentos vão…

O mano Jorge faz convite para fotografar Guamaré enquanto ele e Kleber pescam, aí sem pestanejar incluo Canindé Soares no pacote e jogamos corpos na estrada, embalados por desejos diferentes no mesmo destino.
Uma vez na cidade e focando sua orla, rios, embarcações, ângulos e seres, começo a pensar se seria bom ao aposentar, morar num lugar tranquilo, sem trânsito e tantos apelos para uma vida agitada.
Num certo momento desgarrado, bati pernas exageradamente e cansado procurei um lugar para refrigerar o juízo e amenizar os passos.
Nada interessante. Comecei a perceber o fecha-fecha e a fuga dos carros para Natal.
O juízo então mudou e percebeu que a tranquilidade pode ser boa, mas que eu não me adaptaria a ficar a semana sem um cinema, um barzinho legal para uma caranguejada completa e milhares de outras opções que só uma cidade grande oferta.
O pensamento veio e já se foi. Prefiro morar na capital.
Lembrei que essa mesma aproximação da aposentação já me fez pensar em Portugal, Flórida, Londres, com o pensar indo e vindo, depois de refletir sobre preço das coisas em dólar ou euro, ausência dos amigos para papos, xenofobia com estrangeiros, burocracia para estadia mais prolongada.
Assim é a nossa vida. Pensamentos chegam, as vezes estacionam, mas logo mandamos rodar. Vivemos esses dilemas em diversas fases e momentos e por coisas igualmente diferentes.
Se namoramos fulana ou sicrana, se ajudamos ou não uma determinada causa, se votamos a esquerda ou a direita.
Precisamos ver o que somos e os que nos cercam de maneira mais constante idem, quando decidimos a vera, qual rumo tomar.
Acredito que na hora certa a escolha pela profissão de jornalista foi um grande acerto, como a de escrever, agora de fotografar.
Sou feliz também com os dois filhos. Nem muitos para aperreio estressante, nem um só para ficar sempre receoso perder.
Tomei o rumo certo ainda em atividades econômicas, lugares para morar e viajar, relacionamentos familiares e o entrosamento social.
Fundar e dirigir uma organização social por muitos anos foi um desafio imenso, algo que olhando agora no retrovisor, reputo a mega aventura, como algo indescritível, tanto nas milhares de ações realizadas e vidas de certa forma tocadas, como a experiência em si de algo tão sério ser levado a cabo de forma tão simples e amorosa.
Pensamentos vem, pensamentos vão. Há um mês e pouco de dar um salto quântico em meu viver, deixando o trabalho tradicional de lado e mergulhando num oceano de atividades sem ponto, horário e remuneração, acredito ter acatado os pensamentos que me fizeram bem, sabendo escantear os que me afastariam do que hoje sou.
Então estou satisfeito com os que incorporei e assumi e, por isso, feliz sigo buscando sempre excelência na convivência e alegria na existência.

Flávio Rezende aos treze dias, mês quatro, ano dois mil e dezenove, 10h55. Praia de Ponta Negra.

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