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"R$ 31,00, esse é o valor que os patrões querem da de aumento aos jornalistas", Jan Varela, diretor do Sindjorn.

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Audiência pública promove debate histórico entre jornalistas potiguares por melhorias salariais
A categoria dos jornalistas do Rio Grande do Norte está em luta e de luto por melhores condições salariais e de trabalho, principalmente depois que os proprietários dos meios de comunicação do RN propuseram um aumento de apenas 3,5% este ano, em cima do piso atual, R$ 900,00, que atualmente é o menor do Brasil, o que representa um aumento real de apenas R$ 31,00.
Para debater este assunto, foi realizado na noite desta segunda-feira (8), uma audiência pública, de proposição do vereador George Câmara, na Câmara de Vereadores de Natal. Foi um momento histórico que reuniu dezenas de jornalistas que atuam em emissoras de rádio, jornal impresso, TVs, internet, assessorias de imprensa e também estudantes de jornalismo e representantes sindicais. Os patrões foram convidados oficialmente pelo vereador George Câmara e não compareceram.
Também compareceram a audiência pública os vereadores Raniere Barbosa, Ubaldo Fernandes e o deputado estadual Fernando Mineiro, que se colocaram a favor do movimento dos jornalistas.
O plenário e as cadeiras destinadas ao público estavam lotadas, numa das maiores mobilizações da categoria dos últimos anos. Na ocasião, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RN (Sindjorn), Nelly Carlos, conclamou a todos os jornalistas para comparecer na próxima quarta-feira (10), na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para participar da mesa de negociações com os patrões.
Durante a audiência pública, que foi transmitida ao vivo pela TV Câmara, vários jornalistas usuários da palavra para expressar sua opinião, muitas vezes de indignação, contra o valor irrisório que os patrões querem dar aos jornalistas. Muitos dos jornalistas oradores aproveitaram a oportunidade para sugerir até a possibilidade de paralisação da categoria, caso os patrões continuem intransigentes e não aceitem uma contraproposta salarial, além do que eles propõem.
“Este é um momento histórico de nossa categoria, que começa a criar um grande movimento a favor, não só em relação as questão salarial, mas também em busca de melhores condições de trabalho”, ressaltou a presidente Nely Carlos.
Em contrapartida, o Sindjorn, junto com a categoria, está propondo os seguintes itens para os patrões:
Em um documento que reúne 45 cláusulas, o Sindjorn, sindicato que representa os jornalistas do estado, destaca 4 pontos principais:
Clausula 1 – Correção e atualização dos salários de R$ 900,00 para R$ 1.500,00; repondo as perdas dos últimos anos;
Cláusula 2 – Criação de auxílio-alimentação no valor de R$220,00;
Cláusula 10 – Anuênio a partir do primeiro ano de trabalho (hoje o anuênio só é aplicado a partir do terceiro ano consecutivo de carteira assinada);
Cláusula 31 – Retorno do Delegado sindical (em outras negociações, os sindicatos patronais derrubaram o direito de que cada redação tenha um delegado representante do sindicato, com imunidade para fazer o elo de comunicação entre categoria e entidade representativa.
Proposta dos patrões
Os representantes dos patrões apresentaram uma contraproposta, totalmente diferente da apresentada pela categoria, ignorando todas as reivindicações. Entre 31 cláusulas, destacam-se as mais absurdas:
ACABAR COM PISO SALARIAL – Negociação de salários diretamente com o trabalhador. Se essa proposta for aprovada,  jornalistas poderão ser contratados com salários diferenciados, inclusive com vencimento abaixo dos atuais R$ 900.
REAJUSTE DE 3,50% – A proposta de reajuste sequer repõe a inflação, que foi calculada para o período em 5,68%.
FIM DO ANUÊNIO – Uma conquista trabalhista, o anuênio é um aumento automático anual. Para os jornalistas do RN, representa 1% (isso mesmo, 1%) ao ano. Eles querem a extinção.
FIM DAS DIÁRIAS – Diárias são gratificações pagas quando é preciso sair da sede para a cobertura de alguma matéria. Ela é calculada com base na distância da localidade onde se foi, e representa um incremento importante para quem ganha R$ 900. Na proposta dos patrões, as diárias seriam transformadas em horas extras (que têm valores menores).
BUROCRACIA NA DEFESA JUDICIAL – As empresas só custeariam advogados para defesa de jornalistas em caso de processos se as matérias forem “autorizadas expressamente e por escrito pela direção”.
DURAÇÃO DO ACORDO– Propõe que este acordo debatido tenha validade de dois anos, sendo renegociado apenas em 2012. Ou seja: ficaríamos um ano sem debate de reajuste, acumulando inflação e sofrendo com a derrubada de direitos trabalhistas fundamentais.
Mobilização da categoria
O Sindjorn está liderando várias ações no sentido de pressionar os patrões a discutir uma proposta no patamar da apresentada pelos trabalhadores. Já foram realizadas duas assembleias gerais, sendo na noite de quinta-feira (04) reunindo mais de 60 profissionais da sede do sindicato. Além disso, uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa aconteceu no dia 03/11, proposta pelo deputado Paulo Davim (PV). Na ocasião todos os deputados se pronunciaram em favor da melhoria salarial e criticaram a proposta de reajuste feita pelas empresas de comunicação do RN em 2010.

Texto: Rosinaldo Vieira (www.fuzuern.com.br)

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2 comentários em “Momento histórico para o jornalismo do RN

  1. eneas disse:

    Amigo, não tem como colocar os nomes dessas figuras que fotografou?
    Um abraço.

  2. catarina disse:

    Aloooo CANIDE SOARES ,Uso este espaço para dz,q
    Esperamos AINDA contar com sua PARTICIPAÇÃO enquanto fotografo, para registrar a FALTA DE SINALIZAÇÃO no trecho que compreende a entrada de s.j.Mipibu, está contribuição é de suma importância, pois aos que passam indo a Natal deconhecem a ÚNICA entrada de Mipibu e aos que saem IDEM..
    SÓ TEMOS UMA VIA para sair da cidade,pois as outras são contra Mão, com isto varios acidentes estão acontecendo.
    Por favor, colabore conosco!

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