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Nossa cegueira quanto a acessibilidade
A CEGUEIRA, A IGNORÂNCIA E A ACESSIBILIDADE
Esta semana ao chegar na casa onde moro me deparei com uma cena pela qual eu não esperava. Um cadeirante precisava de ajuda para passar por um trecho da calçada da minha casa.
Guardei meu carro e fui checar o que deveria ser óbvio e fácil de enxergar, uma parte da calçada tinha um pequena degrau, quase imperceptível pra maioria, mas um enorme obstáculo para quem anda de cadeira de rodas.
Na hora me deu um frio na barriga, como é que eu que na minha curta passagem pela Secretaria de Mobilidade Urbana vi de perto os graves problemas das calçadas em Natal, ajudei a criar o Via Livre nas Calçadas, formulei e encaminhei a prefeita um projeto de Lei que dá incentivos a quem reformar sua calçadas e pune quem não o fizer, não tinha me dado ao trabalho de enxergar os obstáculos da calçada casa onde moro.
Em um primeiro momento tentei arranjar uma justificativa pra mim mesmo: que o imóvel não é de minha propriedade, que moro em condomínio e que meus dois escritórios (advocacia e politico) preenchem todos os requisitos legais e físicos de acessiblidade. Tudo errado. O problema é o de sempre. Nossa postura egoísta em relação aos problemas que não nos afetam diretamente.
O problema é nossa cegueira e ignorância quanto ao problema dos portadores de limitação de mobilidade. Precisamos trazer o problema pra perto da gente, sem precisar sentir na pelo o sofrimento de quem convive com estas limitações.
Pra nós é mais fácil e barato deixar a calçada como está, estacionar o carro nas vagas dos idosos ou, no mínimo, em cima das calçadas. É mais “esperto” burlar à SEMURB quando fazemos construções ou reformas, para não cumprirmos as poucas e já ultrapassadas exigências legais quanto à acessibilidade.
Eu que achava que minhas convicções e minha defesa da acessibilidade já eram uma grande contribuição na construção de uma sociedade que respeite o portador de deficiência. Neste episódio me dei conta que apesar disso ser muito importante, abrir os olhos para enxergar o problema que nos salta os olhos e resolver os obstáculos que estão ao meu alcance se constituem em pré-requisito, em obrigação e, acima de tudo, em um ato de respeito e cidadania. Mandei consertar a calçada e colocar uma rampa.
Kelps de Oliveira Lima
Advogado e especialista em Gestão Pública
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1 comentários em “Nossa cegueira quanto a acessibilidade”

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essa tal ceguira começa na prefeitura.
caderante nao tem como entrar na casa do povo a tal prefeitura. escadas nao dao ascesso. e ninguem faz nada