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14 de agosto às 23:08

Primavera no Natal

Por Nicolau Frederico de Souza, jornalista

Nas lentes de Canindé Soares, amigo, colega e repórter-fotográfico
autêntico, esta imagem me vem à mente uma reflexão sobre a realidade
ambiental de nossa cidade. Não só de Natal, mas de toda a vida urbana nos
médios e grandes centros.

Quê bela imagem! Olha só que árvore linda? E essas folhas caindo então? Uns
já afirmam até mesmo que Natal está muito semelhante ao clima europeu:
chuvinha fina caindo, um friozinho que nos conduz a um agasalho de manga
comprida e quem sabe, até mesmo um charmoso cachecol! Quem diria, não?

Mas é isso mesmo! A imagem dessa árvore que Canindé captou em suas andanças
nos leva mesmo a esses pensamentos. Mas há um outro porém! É preciso se
deter mais de perto e buscar as razões ou o porque dessa realidade. A selva
de pedra que estamos erguendo ao nosso redor está crescendo a olhos vistos.
Aí estão os chamados condomínios verticais ou os conhecidos edifícios
residenciais e comerciais que, como a Torre de Babel, buscam competir em
alturas cada vez mais altas. Aí estão as motosserras, manejadas por mãos
humanas, cortando e ferindo nossas árvores centenárias ou não, mas que não
deixam de gritar socorro em nome de uma natureza que já foi cartão postal.

Olho esta foto e relembro minha infância na pequena cidade de Araxá, no
Triângulo Mineiro, e lembro os ensinamentos que recebi de meus avós sobre o
respeito e o carinho que devemos ter com a natureza. É mesmo! Muito mais
agora, na primavera de minha vida, essas folhas caem, caem e ficam inertes,
e a árvore permanece firme, bela, formosa! Até quando, heim?

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5 comentários em “Primavera no Natal”

  1. Laurivan de Sousa disse:
    15 de agosto de 2011 às 21:58

    Parabéns caríssimo amigo Canindé Soares. Você é mesmo o melhor fotografo que conheço!

  2. Paulo Martins disse:
    15 de agosto de 2011 às 11:08

    Só completando, o que estão caídas sãos as flores, não as folhas, as pétalas desse Ipê Roxo lindão. Vou mudar meu caminho para dar uma olhada hoje nele, é na Prudente Morais, não é? Lindão. Lembra minha árvore preferida, num laboratório que trabalhei: http://b.martinspf.com/oyCdvs (desculpe se o blog se infrinjo alguma política de links, e por favor não comparem uma foto de um fotógrafo profissional competente com a minha velha de celular). Sem querer brincar, e com admiração pq amo uma mulher de Natal, se reconhece uma mulher de Natal pq abaixo da Bahia ela já coloca um cachecol 🙂

  3. petter disse:
    15 de agosto de 2011 às 10:44

    Passei por essa Avenida e senti o mesmo… interessante como a árvore provoca um sentimento coletivo como esse!

  4. Paulo Martins disse:
    15 de agosto de 2011 às 10:32

    Belíssimos, texto, foto e a árvore. Sou engenheiro agrônomo, estou em Natal há um ano e pouco, viajo bastante mas tenho prestado mais atenção na cidade, vejo pessoal fazendo alusão aos tempos que Natal era diferente. Mas agora é o momento, pessoal, o PAC, o desenvolvimento e a Copa do Mundo exigirão dos cidadãos que gostam da cidade vigilância, que o desenvolvimento venha e melhore ainda mais as coisas, mas que não percamos coisas singulares e importantes, geralmente vindas da natureza.

  5. Ramón Vasconcelos disse:
    15 de agosto de 2011 às 10:32

    Rapaz, passei por aí caminhando e fiquei louco para fotografar. A única coisa ruim é o cenário de fundo que não ajuda, em nenhum ângulo. Abraços