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Foto: Moacir Júnior
ShowTeatroRiachuelo2012
Foto: Canindé Soares
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O Brasil recebeu, com muita tristeza, a notícia de que Reginaldo Rossi faleceu na Cidade do Recife em virtude de falência múltipla de órgãos. Fato que deixou uma terrível sensação de ausência em seus súditos, trabalhadores da construção civil, políticos, empregadas domésticas, jogadores de futebol, gandulas, empresários. E quanta tristeza traz para o povo a ausência de um Rei que governava sua nação há tantas décadas, brilhando nos palcos brasileiros até pouco antes de ser deposto.
Algo que não foi devidamente explorado nas notícias sobre esse evento trágico para o cenário musical brasileiro é o motivo da sua internação no Hospital Memorial São José, há menos de um mês, com sintoma de dores no tórax e nas costas. Sinais que atestavam ter eclodido uma revolução arquitetada há muito contra o reinado de Reginaldo Rossi.
Era comum, durante seus shows, que diversos alertas fossem lançados para os fãs, especialmente o público jovem, cativo em todas as apresentações. Além de chamar atenção para o problema das doenças sexualmente transmissíveis, explicava o Rei que, na sua juventude, não eram acessíveis, como hoje, as drogas que tanto mal causam às famílias brasileiras. Dizia que, ao invés de cheirar cocaína, aproveitava-se dos momentos de intimidade com suas namoradas para cheirar coisa muito mais prazerosa.
Mas confessava, não sem transparecer certo grau de constrangimento, demonstração da grandeza de espírito de um rei que tinha um coração bondoso, as suas duas fraquezas: a bebida alcoólica, que fazia o show ganhar em irreverência a cada gole de whisky, fazendo o Rei levantar-se do trono para ensaiar passos ao lado dos fãs convidados ao palco para exercer o papel de bobos da corte, e o cigarro.
Foi exatamente essa segunda droga, responsável por noventa por cento dos casos de câncer de pulmão, que conseguiu depor Reginaldo Rossi. Segundo publicação do Ministério da Saúde, dos outros dez por cento de casos da doença, que matou um dos maiores artistas do Brasil, um terço das vítimas é composto de fumantes passivos. Durante sua internação, o Rei passou por tratamento quimioterápico, fez hemodiálise, foi sedado. Tentativas da Ciência Médica que pouco pode contra tão grave mal.
A forma como o Rei falava do tabagismo, quase pedindo desculpas ao público por dar esse mau exemplo, revelava a sabedoria de alguém que pressentia a chegada do momento em que iria se render. Em geral, o detentor da coroa é uma pessoa sábia. Rossi explicava nos shows que, na época em que começara a fumar, isso fazia parte do modelo de masculinidade. Era preciso impressionar as meninas. Hoje não. Existe muita informação sobre os danos à saúde de quem fuma, inclusive de forma passiva. As meninas não gostam de impregnar o cabelo com o cheiro de tabaco. Cigarro é uma merda, gritava. Como era sábio, o Re(i)ginaldo Rossi.
Moacir Silva do Nascimento Júnior
Promotor de Justiça e súdito fiel do Rei

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1 comentários em “Reginaldo Rossi. A droga que depôs um Rei

  1. Arlley Sousa disse:

    Excelente texto do amigo Moacir, enaltecendo não só o talento do rei mas também a sabedoria sobre um vício tão difícil de se vencer, o tabagismo! Que o rei seja bem recebido lá no ‘céu’ e leve sua alegria e romatismo para tocar o coração dos anjos.