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Sou jornalista…
DEDO NA FERIDA
Por: Simone Silva
Nos últimos anos muitos que como eu escolheram trabalhar com comunicação, especialmente jornalismo, vê surgir uma nova categoria de “profissionais”: os jornalistas por tabela.
Gente de toda gama de atuações resolve, do nada, escrever, fazer assessoria de imprensa, atuar em veículos e etc…
Até aí nada demais…o que me incomoda, e muito, além da óbvia invasão em funções que deveriam ser exclusivas dos graduados na especialidade, é a adoção da alcunha jornalista.
Desculpe, mas eu que sou considerada a mais moderna das criaturas, neste assunto, viro um dinossauro.
Não consigo engolir receber um release assinado não sei por quem.
Me sinto uma traidora da categoria ao publicar a informação.
É como se eu atestasse por A + B que aquilo tem respaldo, qualidade, está correto.
É como se eu dissesse ok, vá lá, besta fui eu que estudei, sofri esperando resultado de vestibular, lamentei vendo um curso, muitas vezes, sem estrutura e penei fazendo estágio até ser considerada apta a exercer meu ofício.
Sou e sempre serei, irremediavelmente, defensora do diploma.
Não que ele ateste qualidade, honra, fluidez no escrever.
Nada disso.
E, sim, existem casos conhecidos de todos de pessoas nascidas, vocacionadas para a comunicação que passaram longe da universidade e são trabalhadores exitosos, e bons.
Existem, e são exceção, não regra. Para eles tiro meu chapéu.
Mas, hoje banalizou.
Todo mundo se sente meio jornalista, basta escrever algo em 140 caracteres, basta ter certa regularidade num blog qualquer, basta assinar coluna em jornal, nem que seja de bairro ou ter uma revista chique.
Caro leitor, basta.
Sou xiita e mulher bomba neste assunto.
Não porque não queira dividir espaço ou tema o surgimento e crescimento dos novos.
De jeito nenhum. Pessoalmente nada tenho contra tais criaturas, nada mesmo.
Mas amo muito tudo isso para acompanhar calada a prostituição do oficio que escolhi.
O mercado está aberto para os bons, os que entendem que fazer jornalismo é muito mais que ser convidado para festas ou tirar dinheiro fácil de alguém que precisa ser assessorado.
Então, por favor, pense bem antes de você chamar alguém de jornalista, ou se auto intitular como.
O diploma legalmente pode não valer mais nada, mas você caro colega deve valer mais que uns simples trocados.
Simone Silva
Jornalista diplomada pela UFRN
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12 comentários em “Sou jornalista…”

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Olá Simone,
Também concordo com você e assino embaixo do seu registro e desabafo. Justíssimo. Sou jornalista diplomada em Recife/PE e amo minha profissão.
Se dez vidas existissem, dez vezes escolheria esta profissão. Porém, estas mesmas pessoas que sonham em ser jornalista e não tiveram a coragem de estudar anos a fio até se formar aproveitam o triste fato da desvalorização do diploma para posarem de jornalista.
E o problema vai mais além, quando ser jornalista não é apenas escrever , ser colunista, ter blog, opinar sobre determinado assunto com fluência, ou assessorar políticos; É acima de tudo estudar, se preparar para exercer uma profissão com responsabilidade, tanto no falar, quanto no escrever.
Waldilene Farias
Jornalista Diplomada pela UNICAP/PE; e Relações Públicas pela ESURP/PE
Sisi,
vc como sempre pensando em todos nós.
bjão e obrigada!
Rosalie
Engraçado q há 2 anos, pensava se era justo comigo assumir a missão de ser assessora de imprensa. Confiei na causa e na ética q me persegue, me segue desde os anos em q nem entendia bem o q expicavam em sala de aula, mas sabia exatamente o sentido das palavras de uma mãe pouco letrada, mas orgulhosa dos seus valores. E hoje, me vejo apenas honesta. Comigo, com os repórteres, editores,colunistas, blogueiros, pauteiros. Do outro lado da mesa, vibro por aqueles q seguem o caminho do profissionalismo e da boa conduta. Parabéns, Nega Linda!!
Perfeito o seu texto Simone. Parabéns, amiga. Concordo em tudo o que você disse. Banalizaram a nossa profissão após a queda da obrigatoriedade do diploma. Diga-se de passagem, profissão essa que já não era tão respeitada. E agora depois do advento do twitter e dos blogs todos se acham jornalista, lamentavelmente.
Concordo Simone.
Temos que defender não só nossa vocação para a acomunicação, como defender sim nosso diploma conseguido através de anos e anos de muito estudo e dedicação.
Assino embaixo.
Digamos Não, aos Pseudo-jornalistas!
Priscylla Duarte
Jornalista-Radialista DIPLOMADA pela UFRN!
Cara Simone,
Subscrevo integralmente as tuas palavras. Independentemente de vocação, há todo um código ético e deontológico que deve(ria) ser rspeitado. Esta é uma luta pela qualidade na informação. É preciso comprometimento e responsabilidade!
Já fora do Brasil, lembro-me da minha indignação com a notícia do fim da obrigatoriedade do diploma.
Espero que um dia este erro crasso possa ser reparado.
Saudades,
Renata Silveira
Jornalista diplomada pela UFRN
Cara Simone,
Seu texto resume perfeitamente os anseios de vários jornalistas DIPLOMADOS, como estudante do curso na UFRN, me sinto na obrigação de a cada dia, lutar pelo reconhecimento da nossa categoria, impedindo a banalização da mesma, o que infelizmente, acontece a cada dia. Sabemos muito bem que os próprios jornais, sites, revistas, dão espaço para “profissionais” que se dizem “jornalistas”. Viva aos Jornalistas com Diploma.
Não precisa acrescentar mais nada. É EXATAMENTE esse o meu sentimento.
Valeu estamos totalmente de acordo com voce e parabens precisamos de pessoas com a sua coragem e que não se venda por alguns trocados, temos que ser autentico, e é por isso que cada vez mais eu sou seu fã.
Olá cara colega Simone,
assino embaixo de tudo que você sabiamente registrou no seu protesto, mais do justo em prol do nosso oficio. Também sou jornalista diplomada, por amor a profissão, que foi escolhida ainda na adolescência, e que me honra muito exercer apesar dos pesares.
Ser jornalista é uma missão, somos formadores de opinião, temos responsabilidade pelo social.
Dênia Cruz
jornalista
MTB 1008 RN
PARABÉNS, SIMONE, PELA CORAGEM DE TOCAR NUM ASSUNTO TÃO DELICADO.
PERMITA-ME ASSINAR EM BAIXO.
HÁ MUITO TEMPO GOSTARIA DE TER ENVIADO ALGO QUE HAVIA ESCRITO ACERCA DO TEMA, MAS POR FALTA DE TEMPO OU OPORTUNIDADE NÃO O FIZ.
ABRAÇO.
Concordo plenamente!