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MELHORES CRÔNICAS LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
Sinopse

Uma coletânea para encantar leitores, pesquisadores e admiradores do maior pesquisador do folclore e da etnografia no Brasil. Melhores Crônicas – Luís da Câmara Cascudo traz uma edição cuidadosamente trabalhada, reunindo textos que destacam a versatilidade e o olhar perspicaz do autor sobre a cultura e a sociedade brasileiras. A seleção dos textos e o prefácio do livro ficaram a cargo de Humberto Hermenegildo de Araújo, professor titular da UFRN, escritor e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras. O fotógrafo potiguar Canindé Soares é responsável pela belíssima foto da capa, retratando a máquina de escrever utilizada por Cascudo, uma Remington da década de 1940. A obra integra a coleção Melhores Crônicas, publicada pela Global Editora, responsável pela reedição nacional da obra cascudiana. 

Luís da Câmara Cascudo viveu quase toda a sua vida no Rio Grande do Norte. Sua habilidade de escutar e registrar relatos transformou-o em um repositório vivo de histórias e causos populares, que enriquecem sua vasta obra literária. Este lançamento é uma homenagem à sua contribuição inestimável para a literatura e a cultura brasileira.

Entre os trabalhos mais renomados de Cascudo, destaca-se o Dicionário do folclore brasileiro, lançado em 1954, que consolidou sua reputação internacional como folclorista. No campo da etnografia, títulos como Rede de dormir e História da alimentação no Brasil também se tornaram referências essenciais. Geografia dos mitos brasileiros, que lhe rendeu o Prêmio João Ribeiro da Academia Brasileira de Letras, é mais um exemplo de sua dedicação à pesquisa e à preservação da cultura brasileira.

Sobre o cronista Câmara Cascudo: 

Câmara Cascudo iniciou sua atividade intelectual como jornalista, função que desempenhou, ininterruptamente durante 48 anos, de 1918 a 1966. Seu primeiro artigo foi publicado em 1918, com vinte anos de idade, no jornal “A Imprensa”, de propriedade do seu pai, Coronel Francisco Cascudo, que funcionou de forma autônoma de 1914 a 1927. Neste jornal sua coluna intitulava-se “Bric-a-Brac”, expressão francesa que significa amontoado de coisas velhas à venda, ou ainda, baú de onde se tiram coisas novas e velhas.   

Depois do fechamento do jornal “A Imprensa”, em 1927, ele passou a escrever no jornal “A República”, que era, na época, o maior veículo de comunicação do Estado do Rio Grande do Norte. A temática da coluna era a mesma e abrangia apreciação de livros, pequenas biografias, crônicas sobre aspectos da cidade e do estado. Neste jornal, ele criou três colunas: Biblion, onde comentava livros de escritores locais e de outros estados, que foi mantida de julho de 1928 a 1933; Biblioteca, lançada em maio de 1939 e publicada quase diariamente até setembro deste mesmo ano; e finalmente, Acta Diurna, mantida até 1946. Esta última adquiriu um caráter extremamente importante, pois serviu de ponto inicial para muitas de suas obras posteriormente publicadas.    

Segundo suas próprias palavras, “Acta Diurna era uma espécie de jornal diário, uma folha onde os acontecimentos do dia eram fixados pelas autoridades de Roma, para conhecimento do povo. Pregavam-na a uma parede num dos edifícios do Fórum. No ano 131, antes de Cristo, já existia a Acta Diurna, informando ao cidadão romano as novidades ou diretivas governamentais. A minha é uma Acta Diurna que recorda o pensamento que presidiu meu dia. Fixo a minha impressão diária sobre o livro, uma figura ou um episódio, atual ou antigo” (Acta Diurna, A República, 03 de agosto de 1943). A coluna não se limitou ao jornal “A República”, tendo sido publicada de 1947 a 1952 no jornal “Diário de Natal’ e de 1959 a 1960, voltando a ser publicada pelo jornal “A República”. Ao todo, segundo Itamar de Souza (Câmara Cascudo: Vida & Obra, Natal: Diário de Natal, Fascículos de 01 a 11, 1998) foram publicados 1.848 artigos intitulados

“Acta Diurna”.

Além de escrever em jornais de Natal, Cascudo publicou artigos em diversos jornais do Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco. No Diário de Pernambuco, ele escreveu de 1923 a 1931.

Como jornalista, ele foi, além de repórter, um precursor do “jornalismo cultural”, introduzindo temas como história, geografia e folclore, fato inédito até o momento. Temas como “Sapato emborcado”, “O Luto foi branco?”, “Pela Capela de Cunhaú”, levantaram questões desconhecidas do grande público leitor e engrandeceram, de forma inequívoca, o conteúdo jornalístico da época.

Sobre Humberto Hermenegildo (Organizador):

É professor titular aposentado da UFRN e autor de vários livros, dente eles: Asas de sófia: ensaios cascudianos (1998), Modernismo: anos 20 no Rio Grande do Norte (1995), O lirismo nos quintais pobres: a poesia de Jorge Fernandes (1997), Rastejo (romance, 2017) e Argueirinha (poesia, 2017). Possui mestrado em Teoria e História Literária (UNICAMP), doutorado em Letras (UFPB). É Pesquisador Colaborador do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Rio-Grandenses (NCCEN/UFRN). Ocupa a Cadeira no. 2 da Academia Norte-Rio-Grandense de

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