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   Falcoeiros dos Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Norte  participaram da primeira temporada de competições de falcoaria no Brasil. O primeiro encontro de falcoaria do nordeste ocorreu  na Pousada “O Coice da Burra”, município de Nísia Floresta, a cerca de 50 km da capital Natal. Uma das propostas desta competição foi buscar regulamentar a arte da falcoaria, que ainda está muito vaga no país. A falcoaria – técnica de adestramento de aves de rapina – tem ganhado cada vez mais popularidade no Brasil devido à adesão, principalmente por parte da Infraero, de serviços que utilizam a atividade para o controle de fauna e diminuição da ocorrência de choques entre aeronaves e aves em aeroportos.
  Os participantes apreciaram a beleza de seis aves da espécie  Parabuteo Unicinctus, conhecidos como Gavião Asa de Telha, e sua técnica de voo. As disputas entre as aves foram divididas em três categorias, a primeira é a Lure Fly, em que foi avaliada a elegância de voo da ave, se ela domina bem o vento, se consegue fazer curvas e manter o foco na isca do início ao fim. A segunda é a de Tiro Direto à Presa de 100 metros para gaviões. Nesta prova foram avaliados o tempo de execução, as manobras e a persistência do rapinante. As aves que realizaram capturas no ar com maior rapidez e melhor “pegada” receberam as melhores avaliações. A última categoria é a Perseguição em cauda para falcões. Nesta, foram observados itens como elegância e capacidade de voo, persistência no lance e a experiência do falcão na estratégia de perseguição. O grau de perseguição foi observado quando a ave fez voos “por fora”, tentando cercar a presa. A banca avaliou ainda se o falcão tentou ganhar altura para descer em mergulho, ou se foi por baixo, na tentativa de surpreender à presa. A subida e o mergulho do falcão valem mais pontos pela elegância do lance.
   A palavra falcoaria ainda remete a maioria das pessoas à passagens de filmes e romances históricos famosos onde cavaleiros envergando brilhantes armaduras trazem em seu punho belos falcões com estranhos adornos sobre a cabeça e fitas que balançam sob suas garras quando as aves voam, deixando a luva do falcoeiro. Poucas pessoas, entretanto, tem a noção correta sobre o que realmente é a falcoaria, como e quando esta surgiu. Para responder a essas questões temos de retroceder um pouco na história da humanidade, cerca de três ou quatro mil anos atrás, até a época em que sobrevivíamos da caça e coleta. Certamente desenvolvida como uma forma de obter alimento, a falcoaria é  fruto da capacidade de observação e raciocínio humano,  culminando na captura de uma ave de rapina e no estabelecimento de relações de troca, sendo oferecidos à ave o abrigo, cuidados e alimentos que esta necessitasse, em troca das presas que apenas ela era capaz de perseguir e abater.
   Assim surgiu a falcoaria, nome dado a ciência de adestrar aves de rapina, considerada por muitos uma forma de arte, devido ao alto grau de sensibilidade e dedicação exigidas para sua prática. Seu local de origem é incerto, porém, diversas teorias apontam a Ásia Central, China e Pérsia como berço mais provável. Os registros mais seguros sobre a idade da falcoaria são gravuras ilustrando claramente um falcoeiro em atividade, encontradas no século passado em ruínas na Mesopotâmia e datadas como sendo de 1700 a.C., contudo, registros mais antigos levam a crer na utilização de falcões como presentes oferecidos a príncipes chineses durante a dinastia Hia (provavelmente iniciada em 2205 a.C.).

 

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