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A paisagem potiguar será captada nos próximos dois dias (23 e 24) pela maior câmera fotográfica móvel do mundo. E a técnica utilizada tem o mesmo fundamento da velha câmara escura, uma caixa com um orifício por onde entra a luz e esta é projetada em um anteparo. Porém a ‘‘câmera’’ neste caso é um caminhão baú com sete metros de comprimento, uma verdadeira casa sobre rodas que percorre o Brasil desde o Monte Roraima até a Foz do Iguaçu, totalizando 25 mil quilômetros de viagem. Os lugares fotografados no Rio Grande do Norte ainda serão definidos.A idéia é do fotógrafo português Mica Costa-Grande, que é acompanhado no projeto ‘‘Brasil pelo buraco da agulha’’ pela sua mulher, a jornalista Sofia Salgado e seus dois filhos. O casal têm planos de mostrar as fotos em exposições no exterior e de editar o livro fotográfico com as imagens panorâmicas. Através de um furo de 2 milímetros na lateral do caminhão, a exposição de cada foto à luz dura entre duas e três horas. Os negativos de 5 metros quadrados são aproximadamente 5.000 vezes maiores que o formato 35 milímetros.

No momento de apuração desta matéria, Costa-Grande estava no município de Aquiraz, no Ceará. Ele não pode atender a reportagem por telefone porque estava captando uma imagem daquele lugar. Sua esposa, Sofia Salgado, diz que no início do projeto o tempo de exposição à luz ficava entre 4 e 5 horas. ‘‘Ainda estávamos experimentando, conhecendo o processo. Hoje esse tempo da captura da imagem já diminuiu para duas ou três horas, dependendo da luminosidade do lugar’’.

Os papéis das fotos têm a dimensão de 3,7m por 1,27m. ‘‘Não tem nada de enigmático o processo. O que tem de diferente é o tamanho da câmara e a sua mobilidade’’, diz Salgado. Feitas as imagens, o material é enviado o mais rápido possível para São Paulo, onde é feito o tratamento das imagens.