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Investidores podem considerar diferentes estratégias para atingir resultados em renda variável. Uma das abordagens é o longo prazo, em que é possível trabalhar com o chamado buy and hold, que em tradução livre significa “comprar e segurar”, conceito referente às ações adquiridas pelo investidor.

A ideia é que o interessado seja capaz de identificar o potencial que determinada empresa tem de crescimento, adquirir participação no negócio dela e manter essa participação ao longo dos anos. Um dos motivos para acreditar na aposta é a possibilidade de receber os chamados dividendos, que incorporam o lucro final do investidor.

O que são dividendos

Por determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as empresas de capital aberto precisam repassar parte de seu lucro aos acionistas. Assim, no mínimo 25% do que elas ganham seguramente é distribuído entre quem investiu anteriormente no seu crescimento.

A questão é que existem diferentes formas de remuneração e, entre elas estão os dividendos, que são repasses feitos em forma de dinheiro para os acionistas. Justamente por isso, eles representam a forma proventos mais valorizada no mercado, a ponto de investidores de perfis mais avançados criarem estratégias pensando especificamente em como obter mais dividendos no longo prazo.

Não é incomum ouvir casos de grandes nomes do mercado de investimentos que vivem hoje apenas do dinheiro que conseguem com o repasse de dividendos de ativos que compraram anos atrás.

Como funcionam os proventos

Sempre que um período se encerra, a empresa pode conferir o lucro obtido e então fazer o chamado rateio para dividir o montante em três partes: novos investimentos, formação de reservas e pagamento de proventos. Isso pode ser feito a cada mês, trimestre, semestre ou ano, dependendo da política de cada empresa.

Como a lei prevê um mínimo de 25% de repasse para os acionistas, as empresas podem destinar até 75% do que lucram para o crescimento de seu projeto, o que, para os acionistas, também é importante, já que isso permitirá a eles serem parte de um projeto ainda maior no futuro.

Diferenças entre dividendos e outros proventos

Basicamente, existem duas formas de repasse: os que são feitos em forma de dinheiro e os que são feitos em forma de ações ou oportunidades de aquisições de ações.

Quando a oferta é em dinheiro, esses repasses podem ser dividendos ou juros sobre capital próprio, que são muito parecidos, mas diferem em relação à responsabilização sobre eles na declaração do Imposto de Renda. Assim, quando recebe dividendo, o investidor não precisa pagar impostos sobre os lucros obtidos, diferente de quando recebe juro sobre capital próprio.

Em relação ao repasse em forma de ações, eles são chamados de bonificações. Além disso, as empresas podem também priorizar determinados investidores para comprar novas ações em caso de valorização de seus ativos. Esse direito é conhecido como subscrição e ele pode ou não ser exercido pelo investidor.

Onde encontrar os melhores dividendos

Como a essência do repasse de dividendos é o lucro da empresa da qual o acionista faz parte, logo, o caminho para encontrar os melhores dividendos é identificar no mercado as empresas que costumam crescer mais. Assim, elas têm mais condições de repassar valores altos para os parceiros e ainda reinvestir parte do lucro em um novo ciclo de crescimento.

O grande desafio é conseguir visualizar o projeto no longo prazo, seja ele uma empresa ou um fundo imobiliário, já que mesmo empresas líderes de mercado no presente podem não se sustentar em um futuro mais distante.

Para isso, o investidor precisa se concentrar na análise fundamentalista dos ativos, pois essa é uma abordagem que permite avaliar não só a forma como a organização tem sido administrada por seus gestores, mas também questões referentes aos impactos conjunturais e estruturais que ela sofre. É com base nesse tipo de interpretação que analistas de investimentos conseguem estimar resultados em médio e longo prazo a ponto de identificar quais são as companhias com maior potencial para repasse de dividendos no futuro.